quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Luz



Aquele rasgo de luz trémula, intermitente,
Que ilumina o espaço dos dias vividos,
Onde histórias te dançam na mente,
Num misto desfilar de sentidos.
São tantos os céus que abraçaste,
Tão por inteiro te entregaste,
Que à tua luz e vida negaste,
E em silêncios sufocaste.
Alma inquieta te habita,
Num tudo querer do bem,
Não és tu, é a vida que dita,
As linhas a escrever e por quem.
E se o sentido da vida é só um,
Porquê o desencontro a fluír?
Porquê troncos a ruír?
Porquê o ego a construír?
E se o sentido da vida é só um,
O rio corre para o mar,
O destino do pássaro é voar,
E o das pessoas amar.
E se o sentido da vida é só um,
Por entre a luz trémula, intermitente,
Reserva o caminho no espaço quente,
Que no teu peito te diz seres gente.

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