terça-feira, 29 de setembro de 2015

Foi mais um amanhecer



Iluminaste a manhã em que sentiste o vazio
Do espaço perdido em redor,
Cheio de vozes, presenças marcantes,
Corações palpitantes, sedentos de amor.
Raios de sol te afagam o rosto,
Te alegram a alma
Te confortam com gosto.
É mais um dia de histórias
Escritas ao vento
A habitar nas memórias.
Embalas nas horas ferventes,
A desfilar  nos ponteiros
De tempos absorventes.
E em ti encontras o sol do caminho
Que em ti se faz maior,
Cheio de gente, ou sozinho.
Amanhece, e esse é o teu dia!
Guardas flores,
Esqueces rancores,
Escreves com cores.
E a manhã é tua! Agarra-a!
Pede ao sol que te dê:
Ânimo, força, paz
E segue sem olhar atrás!!

domingo, 27 de setembro de 2015

Dás de Ti



Desafias o correr negro da estrada
Embalada por sons do quente caminho
Abraças com alma o tudo e o nada
Desfilas  teus dias repartindo carinho.
Ontem, agora, mais logo,
Dás de ti fundo de mar,
Beijas brisas já dispersas,
No teu único jeito de amar.
Gaivotas murmuram contigo,
Sons passados de crianças,
Rolando na areia dourada,
Gravadas nas tuas lembranças.
Qual barco navegas e partes,
Flutuas em nuvens de esperança,
Lanças âncora em mar revolto
E voas em asas da mudança.
Queres abraçar o mundo,
Sem guerra, sem diferença, sem horror,
Vozes caladas no breu,
Num caos de desamor.
E ao negro da estrada retornas,
Evasão ténue e fugaz,
Que acalma o inquieto espírito
Que cheia de vida de traz.

Percursos






Segues. Segues num caminho oblíquo e recto,
Onde  teus sonhos se cruzam e divergem,
Espalhados farrapos sob o tecto,
A  albergar tuas ânsias de viagem.
Olhas. Olhas para o carreiro perdido,
Longinquo, apagado, sem volta,
Onde sufocaste em silêncio,
A chaga que no peito revolta.
Gritas. Gritas o som mudo das palavras
Que contigo dançam e vacilam,
Em rodas de vento efémeras,
Esquecendo que os tempos se adiam.
Corres. Corres num desfilar de momentos,
Suados, vividos, talhados, guardados,
Em busca do dissipar dos tormentos,
Que tornam teus dias gelados.
Buscas. Buscas a paz entretanto perdida,
Numa névoa sebastianina,
Raio de sol que desponte na vida,
E devolva os sonhos de menina.
Vives. Vives porque é esse o teu destino,
Juntas peças, pintas telas,
Vestes alma de Aladino
E na lâmpada iças velas.
Guardas. Guardas em ti o segredo do sonho silenciado,
Do dia sempre adiado,
Do futuro hipotecado,
De um caminho de nenhum lado.
Segues, olhas, gritas,
Corres, buscas, vives,
E guardas apenas o que tem que ser guardado.