sábado, 11 de abril de 2015

Passei

Passei por eles num caminho de algodão,
Onde o belo era aguarela colorida, esbatida,
Porém, mal definida.
Passei por eles em passo retardado,
À espera de alcançar um tangível infinito,
Que nunca chegou a ser.
Passei por eles a nadar num mar de verdades,
Em perfeita liberdade, de gaivota a voar,
Que tudo quer alcançar, onde o céu nem é limite.
Passei e vi.
Passei e vivi.
Passei…
Brisas calmas de tufão,
Beijavam-me a face ardente e crente,
Com ousado despudor.
Lânguida melancolia de voz,
Rasgou-me o espaço de acreditar,
Quando o silêncio se iluminou.
E por eles voltei a passar,
E por eles passei e vi.
Que o algodão era aço,
E a aguarela, um traço.
O mar calvo de inverdades,
E a gaivota perdida.
E por eles passei e vi…

Que por eles não quero passar.

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