Caminho por entre as horas, perdidas, esquecidas,
Na procura de um silêncio que é só meu,
Onde tudo falo e tudo calo.
Urge-me a solidão do caminho,
Que percorro com avidez,
Em cada dia a renascer.
Flutuo num espaço estranho,
Sem nexo e sem sentido,
Mas que é este.
Onde avanço
corresponde a recuo,
Onde à vida liga a morte, a guerra, a crueldade,
Onde o sorriso atraiçoa,
Onde o poder inverte os termos.
Luz intermitente e desfocada,
Ilumina vidas a solo, adiadas, cansadas,
Que vejo por entre frestas,
De janelas já perdidas.
Caminho por entre as horas, perdidas, esquecidas,
Na procura de um sentido.
Sem comentários:
Enviar um comentário