domingo, 22 de fevereiro de 2015

Memória



Guardas em ti todas as memórias do tempo,
Vivido, sofrido, inquieto.

Guardas em ti a vivência de um passado,

Remoto, distante, esquecido.
Do tempo do teu ser,

Austero, forte, altivo.
Da dor do teu perder,

Num mar de contradições,
Onde os dias foram versos de canções,

Onde nas noites sonhavas com edições,
Onde o teu eu  escondia as emoções.

Assim  viajaste pela vida,

Com infinitas certezas,

Saboreando letras e linhas,

Num inconformismo atroz.

Memórias do tempo passado,

Que as de hoje não são.

Vazio imediato do tempo,

Pausado e programado,

Rotina de tic tac

Preenche todo o teu quadro.

E sem que dês por isso,

O teu mundo vai-se alterando,

Pequeno, restrito, solitário,

Numa repetição em cadência,

Onde os desvios te confundem,

Sem nexo nem sequência.

Aflição, inquietação,  confusão,

Num quadro de degradação,

Onde nenhum ser é merecedor

De viver tamanha dor.

Memória do tempo passado…..

Vazio do tempo presente.                                                            

 


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